Nada como amanhecer
Em pleno inverno
Sobre o oceano
Calmo e sereno
Como a primeira papoila
Que desponta
Como a primeira andorinha
Que regressa
Nada como o riso
Louco de criança
Que abraça o presente
Não esmorece
Como a carícia ardente
De um beijo
Que nos cura a alma
Como uma prece
Nada como o cheiro
De uma sardinha
Comida em Julho
Sob uma latada
Como uma cerveja
Fresca e merecida
Matando a sede
De uma assentada
Nada como Lisboa
Em cima do monte
De cor, de saudade
De Sol enfeitada
Nada com’olhar o Tejo
À tardinha
E sentir o peito
Alvoraçado
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